A rotina da equipe técnica de um fab lab geralmente é bastante atribulada. Temos que preparar e ministrar oficinas, orientar projetos, realizar manutenção em máquinas, promover parcerias, tarefas admininistrativas e por aí vai…
Essas tarefas são organizadas e divididas por dois técnicos(as), porém já vivi momentos em que fiquei alguns meses sem dupla. o último deles foi antes da chegada da Ana. Estava bastante atribulado com uma formação de professoras e com a mudança de espaço do laboratório, por isso fiquei bastante esgotado.
A Ana havia chegado como minha nova colega de trabalho, e estava com com vontade de aprender, não que ela tenha começado do zero, mas pegar a dinâmica do fab lab não é de uma hora pra outra, por isso precisei que me desdobrar para dar conta do recado. Até hoje lembramos dessa época conturbada, mas agora rimos disso hehe.
Felizmente eu gosto muito de ensinar. Para mim, uma das melhores sensações é perceber que a pessoa adquiriu um novo conhecimento ou uma nova interpretação sobre algo que já conhecia. É fascinante notar que algo que parecia muito complexo, finalmente foi entendido.
Voltando ao causo, naquele momento precisava executar todas as tarefas comuns e ainda treinar uma pessoa nova. No começo foi muito difícil para me desdobrar, porém, a cada novo conhecimento adquirido por ela, mais uma pequena parcela das atividades poderia ser dividida.
Lembro bem que umas das primeiras coisas que ela aprendeu foi como preencher listas de presença, meses depois já estava desenvolvendo suas próprias oficinas, operando todas as máquinas e fazendo manutenção junto comigo.
Certo tempo depois, tivemos a alegria de receber a Percileine como assistente, que também passou pelo mesmo processo. Hoje ela realiza atendimentos, apoia as oficinas e desenvolve projetos para a melhoria do espaço.
Essa mentalidade de ‘formar formadores’ é uma das mais valiosas atitudes para que uma equipe evolua. Centralizar o conhecimento acaba nos travando, mas compartilhá-lo possibilita que todos se desenvolvam e colaborem entre si, sempre que necessário.
Após chegarmos num nível equilibrado, pudemos nos organizar para oferecer oficinas com público bem maior que o convencional (mais de 12 pessoas). A estratégia não difere muito do que foi exposto anteriormente, a pessoa que idealizou explica o roteiro e o passo a passo para os demais, então temos algumas possibilidades:
A) Uma pessoa conduz toda oficina e os demais ajudam os alunos que apresentarem alguma dificuldade.
B) Dividimos em grupos e cada responsável conduz a oficina individualmente com aqueles alunos.
C) Também separamos em grupos, mas formamos um circuito onde cada condutor fica fixo em um posto onde é realizada apenas uma etapa da oficina. Ao concluí-la os alunos se dirigem ao próximo posto até que todos concluam.
Existem diversos outros benefícios em compartilhar conhecimento. E várias outras maneiras de aproveitar dessa filosofia virtuosa. Se você também sabe algum, deixe aqui nos comentários! Espero ter contribuído 😉